José Saramago

4.7.07 at 4:44 da tarde

Fundação José Saramago

Cito o jornal Público:
"Nobel da Literatura
Fundação José Saramago vai lutar "por grandes e pequenas causas"
04.07.2007 - 15h42 Lusa

O Nobel da Literatura José Saramago criou uma fundação com o seu nome que irá preservar e estudar a sua obra literária e espólio e ainda tomar partido "por grandes e pequenas causas".
A notícia foi avançada na edição de hoje do semanário "Jornal de Letras" (JL), que publica em exclusivo a declaração de princípios escrita pelo autor para a Fundação José Saramago, criada a 29 de Junho, na qual expressa os seus desejos pessoais para a instituição.
No documento, o autor determina que a fundação deve assumir nas suas actividades, como norma de conduta, "tanto na letra como no espírito", a Declaração Universal dos Direitos Humanos (assinada em Nova Iorque em 1948) e que mereçam particular atenção os problemas do meio ambiente e do aquecimento global do planeta, "os quais atingiram níveis de tal gravidade que já ameaçam escapar às intervenções correctivas que começam a esboçar-se no mundo".
"Bem sei que, por si só, a Fundação José Saramago não poderá resolver nenhum destes problemas, mas deverá trabalhar como se para isso tivesse nascido. Como se vê, não peço muito, peço-vos tudo", apela o Nobel português.

Sede em Lisboa e Lanzarote
Ainda de acordo com o JL, a sede da Fundação José Saramago será partilhada por Lisboa e Lanzarote, onde o escritor vive, terá uma delegação na Azinhaga do Ribatejo, aldeia natal do autor, e uma outra delegação em Castril (Granada).
Nas instalações, o público interessado poderá encontrar todas as obras do Nobel da Literatura de 1998, escritas em várias línguas, discursos, entrevistas, teses sobre a sua obra, os diplomas das mais de quatro dezenas de doutoramentos "honoris causa" concedidos por universidades portuguesas e estrangeiras.
Em Lanzarote ficará a biblioteca de José Saramago, composta por mais de 22 mil obras e a sua correspondência, um espólio que está a ser catalogado por dois especialistas espanhóis.
Pilar del Rio, esposa de Saramago, irá presidir ao conselho de administração da entidade, que terá mais dois vogais — José Sucena, como administrador-delegado executivo, e Fernando Gomez Aguilera, presidente da Fundação César Manrique — sedeada em Lanzarote, com a qual existirão relações institucionais privilegiadas.

Fundação vai tomar partido em causas
Em declarações ao JL, Pilar del Rio declarou que a entidade não será neutra, e tomará partido "por grandes e pequenas causas" porque "somos humanos e tudo o que é humano nos interessa, pelo que não haverá assuntos políticos, económicos, sociais, culturais e do ambiente que nos sejam estranhos".
"O património ético-moral e literário de José Saramago já faz parte da memória colectiva de milhões de pessoas em todo o mundo, que se sentiriam mais órfãs" sem uma entidade como esta, que será a depositária da obra, disse, acrescentando que a sede "será um lugar dinâmico e não um local de culto de personalidade".
Além da preservação e estudo da obra literária, a entidade terá também como objectivos o apoio à difusão da língua portuguesa e ao surgimento de novos autores que nela se expressem, o intercâmbio com as literaturas lusófonas e o desenvolvimento das cátedras universitárias José Saramago.
José Saramago irá constituir a base financeira necessária, por lei, à criação da fundação, que também estará aberta a doações, legados e mecenato, mas assume-se como totalmente independente de poderes políticos, administrativos e económicos, adianta o JL.
Redigidos de acordo com a lei portuguesa, os estatutos da entidade subordinam-se, porém, à declaração de princípios escrita pelo autor.
Além dos órgãos de gestão, funcionará um conselho de curadores composto por amigos do escritor e conhecedores da sua obra, entre eles Carlos Reis, ensaísta e professor universitário; o escritor Baptista-Bastos; o editor de longa data Zeferino Coelho; a sua filha; os seus netos; e ainda algumas individualidades espanholas."




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